segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

As 407 parábolas de Stanley.

     

    Imagine que de repente, todas as pessoas no seu trabalho somem. Desaparecem no ar. Enquanto você procura por elas uma sensação de já ter vivido aquele momento não sai do canto da sua mente. E para completar, uma voz dentro da sua cabeça começa a descrever e a tentar decidir tudo que você faz...

    A linguagem sobre a linguagem dos videogames. Praticamente todas as formas de produção humana tem alguma especie de meta-estudo ou metalinguagem. Este é um dos temas principais de a Parábola de Stanley( PC, 2013). O jogo é nasceu como um mod de outro jogo (Half-Life 2) e mais tarde acabou se tornando um jogo completo. O tema (da meta-linguagem) do jogo ja foi abordado por outros jogos como Metal Gear Solid e Metal Gear Solid 2 mas, é incomum nos videogames.
  Stanley é homem comum com um emprego de escritorio entediante, que segue ordens de apertar botões em um computador o dia inteiro. Um belo dia, um narrador começa a descrever todas as ações dele e parar piorar todas as pessoas do andar em que seu escritorio está desaparecem. Então ele se levanta de seu cubículo e decide ir procurar seus colegas. Ao final de um corredor ele tem duas portas para escolher. O narrador do jogo diz que ele deve pegar a esquerda. E aqui a agencia do jogador começa a entrar em ação. Pode se escolher obedecer ou não ao narrador. Cada decisão vai do jogador vai levar o protagonista a um final diferente e depois de um tempo reiniciara o jogo com Stanley de volta ao seu escritorio, a sala 407.
  A força do jogo esta em sua escrita. Os caminhos possíveis são varios e todos são recheados por falas do narrador que aludem aos videogames, as escolhas que se pode fazer na vida, ao significado do sentimento de atingir um objetivo (algo muito comum nos videogames) e as escolhas que se pode fazer na vida. Cada caminho é curto, é possível terminar o jogo(e voltar ao inicio) em menos de 15 minutos. Praticamente todos estes temas são abordados com o narrador quebrando a quarta parede e falando diretamente ao jogador. Uma das partes mais fortes da roteiro é uma critica aos videogames infinitos (jogos que não tem um final, ou tentam prender o jogador através do uso de Skinner Box). 

   
Grande parte dos finais acaba mal p/ Stanley.

      O jogo tem uma trilha sonora funcional mas, nada memorável. A jogabilidade é extremamente limitada, o avatar pode apenas andar e interagir com botões em salas especificas do jogo. Segundo certas definições mais restritas sequer é um videogame, seria uma experiencia interativa-narrativa. (Depois posto definições).
    A parábola de Stanley é um bom jogo para quem joga videogames a muito tempo e também é uma boa escolha para apresentar um amigo ou amiga que não conhece a mídia. Talvez ele tenha o alcance um pouco limitado por ser uma critica , mas, as jornada surreais de Sísifo, digo, Stanley podem pegar qualquer um pela curiosidade.

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Um mapa para ajudar um companheiro de escritorio perdido.

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