domingo, 27 de agosto de 2017

Posso te contar um Sonho?( rascunho)

-Posso te contar um sonho?
-Pode, conte.
-É meio macabro, tudo bem?
-Tudo, manda ver.
   Eu conseguia enxergar uma armação de madeira no teto e vitrais coloridos deixavam a luz entrar no lugar de modo que tudo parece laranja e avermelhado. Eu estava deitado em um corredor formado pelo espaço entra bancos e ao final deste corredor havia uma pequena escada, dois ou três degraus) que se elevava até um altar. No centro altar havia um poço.
  De repente, haviam figuras sentadas no banco. Eu acho que eram pessoas, mas, nenhuma de me parecia correta, digo, tinha algo errado nas proporções delas. As pessoas sentadas nos bancos estavam rezando o credo, mas, eles estavam errando as palavras, como eu errava sempre quando estava aprendendo essa oração. De vez em quando um estalido seco parava a oração das figuras, um barulho parecido com uma palmatoria.
-Como você conhece o barulho de uma palmatoria?
-História antiga, depois eu te conto, deixa eu continuar.
-Ok.
   Então elas começavam a errar cada vez mais, e entre os estalidos, eu comecei a escutar soluços, que eu acho que eram meus. Mas, eu não estava chorando na verdade me sentia calmo. Eu me levantei e vi que estava em uma espécie de igreja e que não importava para onde eu me virasse, eu sempre enxergava o altar, o poço e as pessoas de costas. Eu senti uma pessoa atrás de mim e quando me virei vi uma senhora pequena, gorda e com longos cabelos prateados, uma bata com estampa flores e com uma espécie de terço, sem cruzes ou imagens, enrolado na mão direita. Eu não conseguia bem o rosto dela.
-Era sua Vó, parece com ela...
-Não era ela.
Ele chegou mais perto e as pessoas pararam com o credo. A senhora disse “ Eles espreitam nas sombras dos campos, esperando com paciência para corromper e distorcer cada pedaço seu” Então ela levantou a mão direita e eu vi que ela tinha um cutelo. Ela desceu a mão e o cutelo arrancou minhas pernas. Quando eu cai sentado, sem consegui me mexer, ela chegou mais perto e disse “ Eles esperam, porque sabem o que você realmente deseja” E desceu o cutelo de no arrancando meu braço direito “ Eles arranham, rastejam, e sabem, eles espreitam” e arrancou meu braço esquerdo. Depois disso ela, simplesmente sumiu. Eu fiquei deitado, e o meu sangue começou a escorrer para o altar e a subir a escada. Meus braços e pernas tinha sumido e o credo recomeçou. Mais rápido, mais errado e com mais soluços. E então eu senti que tinha uma coisa me arrastando. Era um monstro feito com meus braços e pernas que me carregava para o altar. Finalmente eu senti algo e me desesperei, a criatura me jogou no poço e eu comecei me afogar no meu próprio sangue sem conseguir acordar.