quinta-feira, 8 de agosto de 2013

I see a red door, i want to paint it Black...

I see a red door, i want to paint it Black...


 Medo do escuro. Uma sensação infantil e universal que todos compreendem e experimentam em algum momento. A própria casa transfigurada a noite depois das sugestões de um filme de terror, a volta para casa na escuridão com a imaginação excitada pelo que pode te esperar no caminho escondido entre as sombras. O medo do escuro é o medo do desconhecido e da incerteza, é a duvida que surge a mente quando os olhos não conseguem enxergar. É a lembrança de que as duvidas irão nós acompanhar por toda a vida. Este é o tema de Alan Wake.  


O protagonista do jogo, Alan Wake, é um escritor que passa por um bloqueio, é apresentado em uma fase que se passa dentro de um sonho, muito vivido mesmo para os padrões de quem vive da criatividade. Uma escuridão sobrenatural que parece nanquim se dissolvendo na água  toma conta do mundo e persegue Alan , possui as pessoas ao seu redor e tenta de todas as formas mata-lo, apenas uma luz com ares divinos o guiava ao mesmo tempo que me ensinava os comandos básicos do jogo.
De ferias em Brigth Fall’s Alan e sua esposa Alice tem a chance de consertar o casamento que não vai bem. A cidadezinha é muito parecida com a paisagem do sonho macabro e também tem uma escuridão perceptível. Eles se hospedaram numa cabana em Caudron’s Lake e lá ele e  fica sabendo que ela escolheu esta cidade por que ali reside um psiquiatra especializado em ajudar criadores com problemas. O personagem principal em acesso um de raiva toma uma atitude cruel: sai da cabana e parte para a floresta escura onde sua esposa que tem fobia da escuridão não ira segui-lo. Mas, quando ele estava quase chegando ao carro escuta os gritos dela e vê que as luzes da cabana se apagaram. Desesperado ele volta correndo para a cabana e ao ver a mureta de proteção quebrada pula no lago atrás da esposa e antes de chega a água tema visão de uma mulher (a mesma que lhe deu a chave da cabana) puxando Alice para o fundo do lago. Ao abrir os olhos ele se vê dentro de um carro acidentado no meio de uma floresta, tomada pela escuridão dos sonhos, e aqui Alan tem que enfrentar pessoas controladas pela escuridão para descobrir como chegou até ali e o que teria acontecido nesse lapso de tempo.


Aqui o jogo se define como um jogo de ação. Eu fui capaz de enfrentar e derrotar os inimigos com um pouco de estratégia e ajuda dos controles que são excelentes. Os inimigos que são quase sempre humanos tomados pela escuridão e é preciso ilumina-los antes de derrotá-los. A atmosfera do jogo é mantida pelos cenários que são florestas assustadoras, pelos efeitos sonoros e pelas belíssimas musicas. A mecânica muda poucas vezes durante as oito horas de duração, mas como é bem funcional e divertida ela se sustenta e ajuda a contar a historia. Algo que me chamou a atenção foi que o jogo constrói e eleva seu clima sem nunca recorrer à violência explicita, ao gore.
São inúmeras as referencias de Alan Wake a outras obras: Além da imaginação, Max Paine, Call of Cthutlhu e mesmo ao Senhor dos Anéis e tantas outras. A própria estrutura do jogo segue o padrão de uma serie de TV.



    
  Os maiores trunfos de Alan Wake são a exploração da barreira entre realidade e ficção e as pequenas sutilezas que são apresentadas no decorrer do jogo. Ao avançar é possível encontrar páginas de um manuscrito chamado Departure que conta o que esta acontecendo nos jogo e os sentimentos dos outros personagens. O autor do manuscrito é , adivinhe só, Alan Wake. Ao prestar atenção nos detalhes se pode interpretar uma história completamente diferente do que o jogo conta com explicações diversas para o que está acontecendo em Brigth Fall’s. Isso tornou o jogo tão bom para mim: Um mundo inteiro inventado e entrelaçado sobre temas (a escuridão e as duvidas que não podem ser respondidas) que são consistentes em todos os níveis de interpretação.É sem duvidas uma das histórias mais bem contadas dos videogames porque respeita a inteligencia de quem está jogando não se atem a explicações fáceis, na verdade da o mínimo de explicações possíveis já que estas, segundo Stephen King, seriam contrarias a poesia do medo