terça-feira, 23 de julho de 2013

A Montanha e o Rio, Da Chen. Toda criança que foi mimada ao crescer, vai se tornar um adulto mal? Toda criança que aprende o valor do trabalho duro se tornará um adulto bom? Da Chen em seu romance responde a essas duas questões ao acompanhar a vida dos dois filhos do general Ding Long no decorrer de suas atribuladas vidas que se misturam com a história da China do Século XX.
A história começa em 1979 e é contada em primeira pessoa e alternando entre os dois  protagonistas Shento e Tan que são extremamente parecidos, as diferenças entre eles são criadas pelos ambientes em que vivem. Shento é o filho bastardo do importante general Lee é criado por Avós adotivos nas montanhas e bem perto do conflito. Sua vida entra em uma espiral de desgraças quando uma guarnição do exército vietnamita arrasa a aldeia que era seu lar. Enquanto Tan passa sua infância cercado de proteções e privilégios que apenas o poder pode conceder. Em seu nascimento recebeu presentes do próprio Mao-Tse-Tung. Aqui o autor separa de maneira bem nítida seus protagonistas o pobre, honesto e generoso, o rico desonesto e egoísta.  
       No desenrolar da história dos dois a sorte se inverte. A família de Tan cai em desgraça e este precisa começar a trabalhar para conseguir seus objetivos, enquanto isso  Sheto através do exército passa de bastardo sofredor a um alto posto na burocracia da china comunista. Enquanto a inversão nos nos ambientes dos personagens acontece uma inversão na características psicológicas deles acontece ao mesmo tempo: o egoísta se torna generoso, o magnânimo se torna vingativo. Da Che cria os dois como irmão e extremamente parecidos para que fique ainda mais obvia a influência do meio sobre eles. Esse é o problemas do livro o autor força a mão ao tentar provar seu ponto e acaba deixando a historia  inverossímil. Existem tantas coincidências unindo os irmãos que fica difícil acreditar na história. Por momentos, eu tive a impressão de estar em teatro de bonecos feito para me convencer de algo. Shento que era um jovem amável e corajoso se torna um assassino de sangue frio e Tan que era um jovem mimado ao extremo se torna um trabalhador nato.
Outro ponto que não me agradou no livro foi a unica personagem feminina relevante para a história: Sumi. Ela parece estar ali apenas para ser o ponto de encontro entre os irmãos. Ela conhece Shento na adolescência e se apaixona por ele, tem um filho com ele mas tem que se separar dele e quando conhece Tan também se apaixona por ele. Parece até mocinha da novela das seis. Todas as ações dela estão são sempre para agradar a algum dos irmãos.
A história dos dois tem como ponto alto o massacre da praça da paz celestial, em que agora Shento é o lider supremo da China e Tan um revolucionário que tenta derrubar a ditadura comunista. Milhares de estudante se reúnem e para exigir democracia, liderados  por Tan, e são massacrados por tanques de gerra, sob as ordens de de Shento. Está parte em sí do livro até que me agradou, mas acho que mais por causa do evento real correspondente do que pela trama.

Ao final o romance foi um evento circular. Shento, assombrado pela sua consciência, renuncia ao supremo comando da China e volta a viver nas montanhas e Tan passa a viver uma vida feliz(e rica) nos Estados Unidos.        

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