I see a red door, i
want to paint it Black...
Medo do escuro. Uma sensação infantil e universal que todos
compreendem e experimentam em algum momento. A própria casa transfigurada a
noite depois das sugestões de um filme de terror, a volta para casa na
escuridão com a imaginação excitada pelo que pode te esperar no caminho
escondido entre as sombras. O medo do escuro é o medo do desconhecido e da
incerteza, é a duvida que surge a mente quando os olhos não conseguem enxergar. É a lembrança de que as duvidas irão nós acompanhar por toda a vida. Este é o
tema de Alan Wake.
O protagonista do jogo, Alan Wake, é um escritor que passa por um
bloqueio, é apresentado em uma fase que se passa dentro de um sonho, muito
vivido mesmo para os padrões de quem vive da criatividade. Uma escuridão
sobrenatural que parece nanquim se dissolvendo na água toma conta
do mundo e persegue Alan , possui as pessoas ao seu redor e tenta de todas as
formas mata-lo, apenas uma luz com ares divinos o guiava ao mesmo tempo que me
ensinava os comandos básicos do jogo.
De ferias em Brigth Fall’s Alan e sua esposa Alice tem a chance de
consertar o casamento que não vai bem. A cidadezinha é muito parecida com a
paisagem do sonho macabro e também tem uma escuridão perceptível. Eles se
hospedaram numa cabana em Caudron’s Lake e lá ele e fica sabendo que ela
escolheu esta cidade por que ali reside um psiquiatra especializado em ajudar
criadores com problemas. O personagem principal em acesso um de raiva toma uma
atitude cruel: sai da cabana e parte para a floresta escura onde sua esposa que tem
fobia da escuridão não ira segui-lo. Mas, quando ele estava quase chegando ao
carro escuta os gritos dela e vê que as luzes da cabana se apagaram.
Desesperado ele volta correndo para a cabana e ao ver a mureta de proteção
quebrada pula no lago atrás da esposa e antes de chega a água tema visão de uma
mulher (a mesma que lhe deu a chave da cabana) puxando Alice para o fundo do
lago. Ao abrir os olhos ele se vê dentro de um carro acidentado no meio de uma
floresta, tomada pela escuridão dos sonhos, e aqui Alan tem que enfrentar pessoas
controladas pela escuridão para descobrir como chegou até ali e o que teria
acontecido nesse lapso de tempo.
Aqui o jogo se define como um jogo de ação. Eu fui capaz de enfrentar e
derrotar os inimigos com um pouco de estratégia e ajuda dos controles que são
excelentes. Os inimigos que são quase sempre humanos tomados pela escuridão e é
preciso ilumina-los antes de derrotá-los. A atmosfera do jogo é mantida
pelos cenários que são florestas assustadoras, pelos efeitos sonoros e pelas
belíssimas musicas. A mecânica muda poucas vezes durante as oito horas de
duração, mas como é bem funcional e divertida ela se sustenta e ajuda a contar
a historia. Algo que me chamou a atenção foi que o jogo constrói e eleva seu
clima sem nunca recorrer à violência explicita, ao
gore.
São inúmeras as referencias de Alan Wake a outras obras: Além da
imaginação, Max Paine, Call of Cthutlhu e mesmo ao
Senhor dos Anéis e tantas outras. A própria estrutura do
jogo segue o padrão de uma serie de TV.
Os
maiores trunfos de Alan Wake são a exploração da barreira entre realidade e
ficção e as pequenas sutilezas que são apresentadas no decorrer do jogo. Ao
avançar é possível encontrar páginas de um manuscrito chamado Departure que
conta o que esta acontecendo nos jogo e os sentimentos dos outros personagens. O autor
do manuscrito é , adivinhe só, Alan Wake. Ao prestar atenção nos detalhes se
pode interpretar uma história completamente diferente do que o jogo conta com
explicações diversas para o que está acontecendo em Brigth Fall’s. Isso tornou
o jogo tão bom para mim: Um mundo inteiro inventado e entrelaçado sobre temas
(a escuridão e as duvidas que não podem ser respondidas) que são consistentes
em todos os níveis de interpretação.É sem duvidas uma das histórias mais bem contadas
dos videogames porque respeita a inteligencia de quem está jogando não se atem a explicações fáceis, na verdade da o mínimo de explicações possíveis já que estas, segundo Stephen King, seriam contrarias a poesia do medo.
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